Texto por Mario Reinert
O início das práticas de yoga na linhagem de Krishnamacharya se dá com a postura de base que é simplesmente estar em pé. Pode parecer estranho que ela tenha nomenclaturas diferentes, chamada de Tāḍāsana, para os praticantes de Iyengar, ou Samasthitiḥ, para os demais métodos baseados na tradição. Tāḍāsana (tāḍā = montanha+ āsana = postura), “ a postura da montanha” e Samasthitiḥ (sama = equanimidade + sthitiḥ = de pé e/ou firme) que significa “em pé firme e equânime”.
Perceba que ambas as nomenclaturas tem praticamente um mesmo significado, remetendo ao estar em pé, com firmeza e simetria, seja no significado puro da palavra, Samasthitiḥ, ou na metáfora de ser uma montanha, que é alta, em pé, com uma firmeza e estabilidade incomparável.
E qual a importância desta postura? É em pé, eretos que nos reconhecemos como humanos e é em pé com simetria e equanimidade que podemos perceber o que se alterou em nosso corpo após termos feitos qualquer postura, é também o ponto de partida para o nosso caminhar.
Voltar para Tāḍāsana ou Samasthitiḥ é portanto, voltar para casa, para nossa montanha, como a casa do Deus Śiva que é no monte kailash (kailāsa) nos Himalayas, é nosso ponto de partida, onde nos reencontramos e identificamos o que mudou e reconhecemos o que ainda pode ou deve ser modificado.
Parece muito simples ficar em pé, mas quando percebemos a quantidade de ações que envolvem este simples ato percebemos a importância que devemos dar a essa postura. Perceba que é no contato dos pés firmes na terra, alinhados com a cabeça na direção do céu que podemos perceber a divindade de nosso Ser e que unimos estes dois polos, ambos essenciais para nossa vida, a realização do contato com a terra e a virtude do contato o céu.
Agora é só colocar em prática!
Namastê!